A MINHA POESIA - A MINHA VIDA

domingo, 31 de maio de 2009

poema


Recebi do Blog, de Angela Guedes - http://angelabeneguedes.blogspot.com/
O prêmio Blog Dorado. Agradeço a premiação.


O mote de criação do prêmio é o seguinte:
- "É um prêmio que homenageia os melhores blogs e tem sua simbologia nas cores que utiliza.
A cor azul representa paz, profundidade e imensidão.
A cor dourada a sabedoria, a riqueza e a claridade das idéias.
O prêmio em si representa a união entre os blogueiros."Aos que o aceitarem, agradeço antecipadamente e passo a enunciar as regras:
- "Colocar o prêmio em situação visível ou linká-lo.
“Anunciar através de um link, o blog que o premiou e premiar até outros 15 blogs, avisando a blogueiro sobre a premiação.
” Os meus blogs indicados são os seguintes:

Renata Maria Parreira Cordeiro
Val Du
Sorrisos
Esconderijo da Bandys

Eu sei que vou de amar
Mundo Azul
Vanuza Pantaleão/Obra Literária
Dona Poesia
Desnuda
A Casa da Mariquinhas
Um Vento na Ilha
Infinito Particular
Fenanda & Poemas
Eco das Palavras
Ave sem asas




CRISE NA FINANÇA

Sempre assusta a crise
Do mal parece aliança
Para o que haverá dinheiro
Se algum se tem,
Entra-se no banco, empresta-se
Dizem-lhe que deposita
Agora chegou a da finança
Mais uma a tirar esperança
A quem convém
Dizem as culpas serem de todos
Só porque muitos ficam sem dinheiro
A culpa é de alguém, não será do primeiro
Coitado!...
Quem comanda é o financeiro
Ele subirá a outro poleiro
Se menos, empresta
Ainda paga, à banca, dita
Comanda a malvada
Paga a gestores pantomineiras
Dizem: o patrão ganhou
Somas avultadas de dinheiros
Reparte lucros, torna-os banqueiros
Criam-se novos poleiros
Exigem pagar a mais banqueiros
Não fazem nada, mas
Afluem dinheiros
Sabem explorar o aforrador
Quais mineiros
Gerem os dinheiros
Na mão uns papéis, uma ilusão
Há crise? Deu o dele
Pode pagar em primeiro
Vai ele subir a outro poleiro
Onde haja outro dinheiro
O pobre fica triste, mas paga
Não se lembrou do colchão
Tudo dava certo, ali à mão
De atalaia vigia, o banqueiro
Isento de culpas, com novo dinheiro
Outro assina na atrapalhação
Hossana???
Ao nosso primeiro!...
Daniel Costa

quarta-feira, 27 de maio de 2009

poema


OLHÃO

Não sei que tenho em Olhão
Depois de Lisboa
A cidade de coração
Cidade lendária
Cidade da Restauração
Dali partiram pescadores
Para o Brasil,
Onde se refugiara a governação
Informada pôde regressar a Lisboa
Capital natural da Nação
Cidade maravilha

Olhão
Perto Armona
A espectacular Ilha
A lendária tradição
Segundo a lenda, continuam ainda
As moiras em comunhão
A lenda sente-se
Na cidade de Olhão
Uma mulher morena
Personificou a tradição
Outra morena homenageia
Tem o nome de Maria João
Fazer um repasto
Junto ao Mercado de Olhão
Fazer ali um ritual da refeição
É gosto, não será ilusão
Vaguear pela larga
Avenida da República
Em comunhão
Observar as Açoteias
Nada se compara a Olhão

Daniel Costa

domingo, 24 de maio de 2009

poema

A VIAGEM

Num dia de solidão
Concebi uma viagem
Desde então a minha vida
Conheceu uma viragem
Esvoacei até ao infinito
Avistei um mundo esquisito
Um primeiro a apregoar milhões
Povo apenas com miragens
Onde apenas chegam tostões
As farturas no reino
Pareciam ser tantas
Eram bravatas afinal
De quem veio falar de beatas
Aconteceu em Portugal
Um país de beleza natural
Onde há homens
De tamanha pequenez
Foi assim que Deus os fez
A apregoar riquezas
Onde apenas há mesquinhez
Que caminho segue Portugal?

Daniel Costa

quarta-feira, 20 de maio de 2009

poesia

VILA VIÇOSA

Na princesa do Alentejo
Apenas uma vez passei
Perto da vila dos mármores
Depois bastante viajei
Foi berço de Florbela
Da Espanca, da poetisa
Que ali não homenageei
Em Borba, em Terrugem
No mesmo dia passei
Talvez por isso, pela beleza
Pelos mármores,
Que a outra Terrugem
Junto a Sintra tem
A Vila Viçosa
Apelidam de a Sintra
A Sintra do Alentejo também
Ainda era menor, o que tem?
Fizera vinte anos
Sem sentidos
Transportaram-me ao hospital
O de Elvas
O Militar Principal
Viajava individual
O majestoso palácio
Dos Duques de Bragança apreciei
As amargas e bonitas laranjas
Laranjeiras não esquecerei
Porém!...
Florbela Espanca?
Que existira, nem sabia
Por isso não me curvei
Aos deuses e às musas
Perdão, sempre pedirei

Daniel Costa

A 08/12/1894, deu-se em Vila Viçosa o nascimento da grande poetisa Florbela Espanca, fica a homenagem a quem, pela sua grandiosa obra poética, avançada no tempo, é a agora mais apreciada.
No mesmo dia, mas antes, em 1646, D. João IV Consagrava Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal.
Fica link, sobre o assunto.
http://www.arqnet.pt/dicionario/nsconcpad.html
DC

sexta-feira, 15 de maio de 2009

poema






O QUE É A FILATELIA?

Alguém me perguntou um dia
Com um misto de seriedade e ironia
Que era isto da filatelia?
*****
Desprevenido com tanto que se desconhecia
Naquele instante responder não podia
Meditar no tema eu havia
*****
Como chegasse hora de nostalgia
Estudando meus selos viera a alegria
Enfim… a resposta já sabia
*****
Para começar diria
Coleccionar selos a todos servia
Com eles, de prazer a alma se enchia
*****
Com selos o Universo se conhecia
Os pecados do mundo se esquecia
Como motivação, isto não bastaria?
***
Escrito na revista FRANQUIA, número 23, Dezembro de 1976
Por Daniel Costa

quarta-feira, 13 de maio de 2009

poema




PRESSA DE VIVER


Tenho pressa de viver
A um oitavo de década
Na segunda encarnação
Da primeira, nada arrepende
Recuperei a pressa de viver
Pois então!
Que hei-de fazer?
Se tenho pressa de viver?
Reparo que ainda estão
A fazer labiríntica gestão
Não acabaram os “boys”
Pois então
A segunda encarnação
Será mais curta
Porque tem de ser
Tenho pressa de viver
Traduz empurrar
O natural acto de morrer
Naturalmente é fazer jus
Ao ditado que diz:
“Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde e faz crescer”
Ou seja alargar o tempo
Nesta encarnação também uso
Tenho pressa de viver
Não ao desuso
Quem vai, com desejo de morrer
Deixo passar, quero viver
Abrir as mãos e dizer
Deixem-me, estou a fazer!
Tenho pressa de viver
Quero recordar
Os meus três anitos
Da tia que então feneceu
Da miúda, que de mãozinha dada
A subir a Rua me acompanhava
Recordo o desgosto
Porque logo morreu
Sempre com pressa de viver
Fiquei eu!...


Daniel Costa

domingo, 10 de maio de 2009

poema




SACA-ROLHAS

Coordenava a ginjinha
Designava-se Avenida
Ofereceram-me um saca-rolhas
Tem escrito Constantino
O da “fama que vem de longe”
Pois não perdeu o tino
Recomendou o patrão
O cliente solicita
Simplesmente, serves bandie
Dos vulgares Borges
E Constantino, além da Mosca
Não têm convicção
Borges então
Se o pedido é Constantino
Então não discutes
Cumpres a ordem como hino
Vem o promotor
Fala do Constantino
Parece falar de amor
Até o saca-rolhas parece sino
Traz a palavra gravada
Material inox
Matéria bem acabada
Levas um
Outras coisas virão
Acharás piada
Por pouco tempo o patrão
Deixou de ter, em cada copo a mais valia
Talvez de metade de um tostão
Crescer um pequeno polvo podia
Iniciada uma forma de corrupção
Actualmente à luz do dia
Por menos de um milhão
Ninguém se venderia
A fama vem de longe
O meu saca-rolhas ainda
Brilha como a solarenga luz do dia

Daniel Costa


quinta-feira, 7 de maio de 2009

poema

Ida de Luanda para o Tari, a cerca de 30 quilómetros de Nanbuangongo. O militar do centro é o administrador do blogue.

Com o nome do poema foi aberto um blogue para o "ESQUADRÃO 297 EM ANGOLA", tendo sido publicado em em capítulos no "Jornal da Amadora" (sobretudo para os meus amigos basileiros, que não saibam, a cidade da Amadora é periférica da Lisboa), foi oferecido a várias editoras, como não resultou, altero o nome, para "Amor na Guerra" e ajeitarei a redacção.
Os créditos são devidos ao meu diário, escrito em Angola, no próprio cenário vivido.

AMOR NA GUERRA

Amor na guerra
Vivendo o conflito
A paz que se desterra
A ternura no dito
Equacionar amor em guerra
Poderá parecer esquisito
Porém momentos de paz
Esperam do infinito
A ternura virá por correio
Arma do bendito
Amor de guerra
Horas da individualidade
Pensa-se no direito à vida
Escreve-se com saudade
O conflito nem sempre dura
Lá longe, muito longe
Chegará a hora da candura
Na guerra pode sorrir-se
Vislumbrando a ternura
Enquanto se luta
Procura-se a honra com bravura
Pensar no amor
Jamais será loucura

Daniel Costa

segunda-feira, 4 de maio de 2009

poema



PERGUNTEI AO VENTO

Num dia de menos alento
Intui, reflecti
Perguntei ao vento
Na governação
Afinal aonde há talento?
Ascender a altos cargos
Orientar a Nação
Não será apenas intenção?
O talento pode desprezar-se
Trepa-se com menção
Marca-se ponto na mesa
Na mesa da reunião
A subida por fora
A intriga, a intenção
Sempre a sugar, não a ganhar
Empresas de todos, da Nação
Se perdem, não há que importar?
Quanto mais rápido tiver de sair
Mais irei ganhar
Pagarão caro
Porque me preocupei a fingir pensar
Pensar a sério, não cuidei
Espera outro lugar
Está sempre em aberto
O Éden, quiçá o lupanar
O povo terá sempre direito à esperança
Como assim é, paga sem pestanejar
Enquanto sereno volteia na dança
Sempre tem o direito de votar
Quem mais prometeu ganhou
Governar bem, não esqueceu falar
Passou o furacão, a ventania
E o talento a boiar
Boas e palavrosas intenções
Arrastou-as o sublime vento
Passaram muitas gerações
Onde mora afinal o talento?


Daniel Costa

sexta-feira, 1 de maio de 2009

poesia


SENHORA DA BOA VIAGEM

Na varanda marquei Peniche e Berlenga
Posso parecer tolinho alucinado
Explico, haverá quem entenda
Se o vento sopra do norte
Olha-se a ilha levanta-se a tenda
Não chove, vê-se longe a Berlenga
No campo semeia-se o trigo
A ausência de chuva não será lenda
Do rural campo vem o pão
Do mar da vila o peixe
Depois vem o Verão
Todos em festa agradecem a Deus
Da Senhora da Boa Viagem a intercessão
Junto ao mar, no Alto da Vela
Ali à beira o gozo e a diversão
Festa e folia, pois então
No alto mar passará a procissão
Nos barcos, muitos vamos entrar
Fazer a viagem de adoração
Olhem-nos todos engalanados!...
Flâmulas e miríades de luzes
Nas águas reflectem um vistão
Seguem perfilados, passando o Carvoeiro
A meio percurso da Berlenga
Viram, como apontassem à Consolação
Num segue o andor com a Senhora
Ali vai Soberana, como protectora
Num outro a banda, tocando
Fazendo solene a ocasião
Já no cais a apoteose, com grande animação
Fogo de vista aquático e a emoção
Embevecida a Senhora da Boa Viagem
Preside e pensará:
Adora-me este povão!...

Daniel Costa