NATAL
À CONVERSA COM DEUSES
Intuí,
e vós com as vossas evasivas tosses!
Mais
arreigaram a minha mente
Natal
à conversa com deuses!
Questionei:
porque acerrimamente?
Desconstruis
como vos aprouvesses
Mesmo
que anonimamente
Como
se um pastel de Belém vós roesses
Vós
já reparaste no aparato que claramente?
Claramente,
a pregar, como o mundo abrangesses?
As
boas novas faltam como fica evidente
Vós
tendes, ministros com mansões, como se as construísses
Grandes
aviões, tudo polivalente!
Mas
vós existis ou estais no além como se te entretivesses?
Entretivesses
no gozo, no jogo de ver o povo depreciativamente
Fazeis
o quê? Viveis a atiçar algozes a quem, por vós, o mundo corroesses?
Oh
deuses! Vós estais a destruir a moral do mundo lentamente!
Para
o contrariar nada fizeste, nada obstruísses!
Os
vossos fiéis degradam, o que podem, afincadamente
O que
fazeis vós? Que não seja contabilizar as vossas benesses!
Benesses
que aos vossos vassalos mandaste criar, impunemente!
O
poeta grita! Venham cá abaixo ver como vós a maldade incentivasses!
O
poeta grita coerentemente!
Reuni
os antigos testamentos, venham adaptar deuses! Mais não devasses!
O
mundo evoluiu, já não é como antigamente,
Natal
à conversa com deuses
Eu
poeta, estive trinta dias no limbo, posso gritar prementemente!
Natal
à conversa, mais monólogo, com deuses!
Como?
Se eles nunca se dignaram, se a isso sempre se mostraram temente (s)!
Fico
com a minha dose de loucura, seus deuses!...
Natal
à conversa com deuses!
À fé
de quem sou, desejo estar na vida coerente!
Daniel
Costa
NOTA: o poema é um ensaio, mas
não deixa de ter razão de ser. Atualmente existem deuses a gosto na nossa
civilização. Nem vou mencionar as minhas observações.
Apenas aqui apontar o que se
passou comigo aos 28 anos, já com cerca de 200 patrões “explorados”. Pela
primeira e última vez fui despedido de uma empresa, tutelada pelo Patriarcado
de Lisboa, depois de ter sido bastante assediado, por ser já um bom valor em
orientação gráfica.
O chefe do pessoal era um
sacerdote, foi a ele que coube dar a ordem de despedimento.
Ao mesmo tempo me quis
tranquilizar. A minha resposta foi logo dizer-lhe dispensar os seus conselhos.
Acrescentei: "a Santa Madre Igreja acaba de perder mais um devoto"!
O episódio está descrito no
meu primeiro livro: LISBOA CAFÉ, pela voz do protagonista, principal; João
Moisés.
Por fim um conselho – cada qual,
adore os deuses que desejar, mas respeite o semelhante e deixe a mesquinhez balofa,
com cheiro a inveja.
A verdadeira religiosidade é
o respeito por todos!...
D. C.